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A vida começa a voltar

Agência FAPESP - Aos poucos, a vida começa voltar aos pântanos do sul do Iraque, região da antiga Mesopotâmia e onde teriam existido os bíblicos Jardins do Éden. Depois de serem destruídos quase que totalmente durante as duas Guerras do Golfo – o regime de Saddam Hussein fez vários diques para secar toda a região que poderia servir de esconderijo ao inimigo –, um grande projeto de recuperação da área teve início em 2003.
Conforme mostra um estudo realizado pela dupla Curtis Richardson, da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, e Najah Hussain, da Universidade de Basrah, Iraque, bastou dois anos para que o ecossistema mostrasse sinais de recuperação. Apesar de ainda estar muito longe dos registros históricos feitos nos anos 1960 e 1970, os pesquisadores já identificaram o retorno de espécies de invertebrados, plantas, peixes e pássaros na região. Todos os resultados serão publicados na edição de junho da revista BioScience.
Entre junho de 2003 até setembro de 2005, mostra o estudo feito a partir de imagens de satélite, 39% dos três grandes pântanos abastecidos pelos rios Tigres e Eufrates tiveram seus fluxos de água originais restabelecidos. Entre os vertebrados, o grupo mais presente é o das aves, com 56 espécies já identificadas pelos pesquisadores.
A resolução dos problemas ambientais dos pântanos iraquianos, afirmam os cientistas, ainda está muito distante. E sem ela, inclusive, será muito difícil também conseguir contornar o grande problema social existente na região. Antes da guerra de 1991 aproximadamente 400 mil pessoas viviam naquela zona. Hoje, das 80 mil, apenas 10 mil ainda tentam sobreviver diretamente do meio ambiente, pescando ou caçando. A presença de substâncias tóxicas na água é outro fator que prejudica a vida naquela zona.
Sem um ecossistema vigoroso será praticamente impossível fazer com que a população volte a habitar aquela região iraquiana. Por isso, defendem os autores no artigo, que as políticas públicas para recuperação dos pântanos, feitas inclusive pela Nações Unidas e por instituições internacionais, continuem e, na medida do possível, sejam ainda mais ampliadas.
Mais informações: www.aibs.org/bioscience

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