Não consigo parar de escrever e pensar sobre este assunto, talvez por razões óbvias ou por escutar todo dia algo novo sobre este tema pouco debatido pela sociedade: os impactos sociais e ambientais da produção de álcool no Estado de São Paulo. Segue uma nova notícia sobre este assunto.
230 bóias-frias mantidos em condição subumana em SP
Duzentos e trinta cortadores de cana foram encontrados vivendo e trabalhando em precárias condições em Pederneiras, Mineiros do Tietê e Dois Córregos. Os fiscais constataram a superlotação dos alojamentos, más condições de transporte, pagamento de remuneração abaixo do previsto no contrato coletivo de trabalho e a falta de equipamentos de proteção individual, de banheiros e até da água que o empregador tem obrigação de fornecer.
Na Fazenda Aguinha, dos empresários Airton Antonio Daré e Jair Orvaldo Daré, em Pederneiras, as equipes do Grupo de Fiscalização Rural, constituído pelo Ministério do Trabalho e Emprego e Ministério Público do Trabalho, encontraram 111 pessoas morando em 17 casas, sem a divisão por famílias e em condições de higiene e segurança precárias. Os cômodos tinham camas beliche para abrigar maior número de moradores, cujos alimentos, botijões de gás e pertences pessoais estavam misturados sobre as camas e pelo chão.
Os trabalhadores disseram que não pagam diretamente pelo aluguel das casas, mas têm parte da cana cortada descontada para esse pagamento. Também reclamaram que em vez dos R$ 0,25 por metro cortado, estabelecido na convenção regional de trabalho, vêm recebendo apenas R$ 0,11 o metro. Outra irregularidade é o transporte das ferramentas no mesmo compartimento dos trabalhadores, um procedimento proibido há muitos anos por razões de segurança.
Irregularidades parecidas foram encontradas junto a 120 cortadores que atuam para empreiteiras do Grupo Atalla, em Mineiros do Tietê e Dois Córregos. Nesta quarta-feira, o procurador Luiz Henrique Rafael reuniu-se com representantes da Fazenda Aguinha, que assumiram compromissos de solução imediata dos problemas.
Na próxima sexta-feira, deverá ocorrer uma reunião com todos os empregadores fiscalizados para a elaboração de em termo de ajustamento. Os que não apresentarem solução terão o trabalho interditado e receberão multas. O coordenador do grupo de fiscalização, Roberto Martins Figueiredo, disse que está encontrando no corte de cana da região de Bauru uma das piores situações de todo Estado.
Na Fazenda Aguinha, dos empresários Airton Antonio Daré e Jair Orvaldo Daré, em Pederneiras, as equipes do Grupo de Fiscalização Rural, constituído pelo Ministério do Trabalho e Emprego e Ministério Público do Trabalho, encontraram 111 pessoas morando em 17 casas, sem a divisão por famílias e em condições de higiene e segurança precárias. Os cômodos tinham camas beliche para abrigar maior número de moradores, cujos alimentos, botijões de gás e pertences pessoais estavam misturados sobre as camas e pelo chão.
Os trabalhadores disseram que não pagam diretamente pelo aluguel das casas, mas têm parte da cana cortada descontada para esse pagamento. Também reclamaram que em vez dos R$ 0,25 por metro cortado, estabelecido na convenção regional de trabalho, vêm recebendo apenas R$ 0,11 o metro. Outra irregularidade é o transporte das ferramentas no mesmo compartimento dos trabalhadores, um procedimento proibido há muitos anos por razões de segurança.
Irregularidades parecidas foram encontradas junto a 120 cortadores que atuam para empreiteiras do Grupo Atalla, em Mineiros do Tietê e Dois Córregos. Nesta quarta-feira, o procurador Luiz Henrique Rafael reuniu-se com representantes da Fazenda Aguinha, que assumiram compromissos de solução imediata dos problemas.
Na próxima sexta-feira, deverá ocorrer uma reunião com todos os empregadores fiscalizados para a elaboração de em termo de ajustamento. Os que não apresentarem solução terão o trabalho interditado e receberão multas. O coordenador do grupo de fiscalização, Roberto Martins Figueiredo, disse que está encontrando no corte de cana da região de Bauru uma das piores situações de todo Estado.
Semi-escravidão
Nos últimos anos, as usinas de açúcar e álcool terceirizaram os trabalhos de safra e os empreiteiros buscam mão-de-obra em Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Ceará e outros Estados. Esses trabalhadores costumeiramente são mal acomodados e explorados. No mês passado denúncias levaram a fiscalizações em Agudos e Pederneiras, onde cortadores eram mantidos em semi-escravidão. As empresas foram autuadas, pagaram os direitos trabalhistas e mandaram de volta 48 trabalhadores para os Estados da Bahia e Maranhão.
Os procuradores Luiz Henrique Rafael e José Fernando Maturana não descartam a possibilidade de, além das providências imediatas, promoverem ações em busca da responsabilidade dos empregadores, dos agenciadores de mão-de-obra, conhecidos como "gatos" e das próprias usinas e destilarias que recebem a cana cortada através do pacto trabalhista irregular ou descumprido.
Os procuradores Luiz Henrique Rafael e José Fernando Maturana não descartam a possibilidade de, além das providências imediatas, promoverem ações em busca da responsabilidade dos empregadores, dos agenciadores de mão-de-obra, conhecidos como "gatos" e das próprias usinas e destilarias que recebem a cana cortada através do pacto trabalhista irregular ou descumprido.
*Fonte: www.ecodebate.com.br - matéria originalmente publicado no estadao.com.br - 13 de setembro de 2006 - 18:58
Comentários
O que eu sempre me pergunto é: "qual é a necessidade de acontecer isso?" Estamos em 2006, e a mentalidade de "Senhor de Engenho" continua mais viva do que nunca (só que o "Senhor de Engenho" agora tem um corretor na Bolsa de Mercadorias e Futuros que fala com ele pela Internet).
Quoseque tandem!...
sou estudante de jornalismo, e estou efetuando uma materia sobre a vida dos cortadores de cana, esta foto postada no seu blogger me causou grande interesse devido a dificuldade que tive para fotografar, gostaria de saber se a foto é de sua autoria? e casa seja se existiria a possibilidade de uma publicação em um projeto editorial que estou realizando na faculdade.
Ficarei ao aguardo de um retorno seu o mais breve possivel, sou grata desde já pela atenção.
Seu blogger relata temas que muitas vezes não atraem a atenção de todos mas da forma que são postados sem duvida torna-se muito mais atraentes, parabéns!
meu email é: taty.silva@ig.com.br